- agosto 23, 2022
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O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, voltou a levantar, nesta segunda-feira (22), suspeição sobre o sistema eleitoral brasileiro, e colocou condicionantes para aceitar o resultado das urnas em outubro.
Em sabatina ao Jornal Nacional, da TV Globo, o mandatário retomou parte do discurso adotado em reunião com embaixadores em 18 de julho, citando inquérito (sigiloso) aberto pela Polícia Federal para apurar supostas alegações de fraude nas eleições de 2018.
“Nós temos que evitar que dúvidas pairem por ocasião das eleições”, afirmou.
“Se você pode botar uma tranca a mais na sua casa, para evitar que ela seja assaltada, você vai fazer ou não? Esse é o objetivo disso que eu tenho falado sobre o Tribunal Superior Eleitoral”, disse.
Bolsonaro alega que, no pleito de 2018, um funcionário da área de tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria afirmado que hackers tiveram acesso a áreas restritas do sistema da instituição por oito meses, com a posse das senhas de um ministro e cinco servidores.
O episódio deu origem a um inquérito que corre sob sigilo na PF. Bolsonaro afirma que informações foram solicitadas pelos investigadores ao TSE, mas não foram entregues, sob alegação de que os registros haviam sido apagados.
As declarações de Bolsonaro contra a segurança das urnas eletrônicas têm provocado reações de chefes de instituições e da sociedade civil organizada, que manifestam confiança no sistema eletrônico de votação adotado há mais de duas décadas pelo país.
Na semana passada, uma série de atos pelo país marcou o lançamento da “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”, idealizada por ex-alunos e a direção da Faculdade de Direito da USP e que hoje supera 1 milhão de assinaturas, e o documento “Em defesa da Democracia e da Justiça”, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Durante a entrevista desta segunda-feira (22), Bolsonaro disse que respeitará o resultado das urnas eletrônicas, em outubro, mas colocou um condicionante: que o processo seja “limpo” e “transparente”, sem especificar o que entende por esses termos neste contexto.
“Fique tranquilo, Bonner. Teremos eleições”, afirmou após sucessivos questionamentos feitos pelo jornalista William Bonner, que conduzia a entrevista ao lado da jornalista Renata Vasconcellos.
“Serão respeitados os resultados das urnas, desde que as eleições sejam limpas e transparentes”, disse o presidente em outro momento.
Logo no início da sabatina, Bolsonaro disse que o jornalista havia cometido “fake news” e negou ter xingado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas no ano passado, durante ato com apoiadores no 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro Alexandre de Moraes de “canalha” em discurso. Na ocasião, ele inclusive indicou que poderia não cumprir decisões judiciais.
Bolsonaro voltou a dizer que é “perseguido” pelo ministro (sem citar o nome), que é relator do inquérito das fake news no STF. Mas afirmou que “hoje em dia, pelo que tudo indica, [a relação] está pacificada”. “Espero que seja uma página virada”, disse. O mandatário compareceu à posse do magistrado como presidente do TSE na semana passada.
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