- agosto 25, 2022
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O Ibovespa fechou em leva alta de 0,04% nesta quarta-feira (24), aos 112.898 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou, em parte, o que foi visto nos Estados Unidos, onde os principais benchmarks também subiram pouco.
Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançaram, respectivamente, 0,19%, 0,30% e 0,41%. Ontem, porém, enquanto todos os índices americanos registraram queda, o Ibovespa fechou em alta considerável de 2,13%.
“Mercado está em tom de cautela, apesar da leve recuperação dos índices americanos. Acho que a movimentação é em virtude do evento do Fed, com investidores aguardando o início de Jackson Hole para entender o rumo da economia mundial”, comenta Enrico Cozzolino, sócio e head de análises da Levante.
O encontro anual, conhecido por adiantar cenários econômicos e monetários, em 2022 deve ter ainda mais peso. Em meio ao temor de inflação alta e recessão econômica, as falas dos lideres monetários da maior economia do mundo devem pesar sobre o sentimento do mercado.
De qualquer forma, investidores vêm sinalizando que acreditam que o Federal Reserve será mais agressivo em seus apertos monetários. Os treasuries com vencimento em dez anos fecharam com suas taxas subindo 5,7 pontos-base, para 3,111%, e os para dois anos foram a 3,403%, com alta de 6,8 pontos.
“Câmbio hoje oscilou porque estamos muitos presos a uma resposta do mercado para o movimento das treasuries, que estão com os yields abrindo bastante. Isso causa volatilidade”, explica Fábio Guarda, sócio e gestor da Galapagos Capital. “Não vejo nenhum movimento do real atípico ou anormal, de olho no que está acontecendo com outras moedas. Dado que ontem a performance da moeda brasileira foi muito superior do que a das outras moedas, trata-se de uma pequena realização”, completou.
Treasuries com rendimentos mais altos costumam levar fluxo de capital para os Estados Unidos, com investidores tirando dinheiro de economias que oferecem mais risco. O dólar avançou 0,24% frente o real, negociado a R$ 5,111 na compra e na venda, não se recuperando totalmente da queda da véspera, de 1,31%.
Segundo os especialistas, o que ajudou também a manter o Ibovespa no verde foi a divulgação do IPCA-15 de agosto, que trouxe uma deflação de 0,73%.
“O que fez mais peso no Brasil foi a publicação do IPCA-15. Além da deflação, que dá espaço para as pessoas gastarem mais, o índice aumenta também a perspectiva de que o Banco Central não precisará subir tanto a taxa de juros”, explica Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
A curva de juros brasileira, no entanto, fechou em alta. Os DIs para 2023 tiveram suas taxas subindo um ponto-base, para 13,72%, e os para 2025, 12 pontos, para 11,97%. Os DIs para 2027 e 2029, no meio da curva, fecharam com altas de 13 e 11 pontos, respectivamente, indo a 11,69% e 11,81%. Na ponta longa, os contratos para 2031 subiram nove pontos, para 11,90%.
“Os DIs realizam um pouco após o fechamento mais agressivo de ontem ao longo da curva quase como um todo”, complementa o gestor da Galápagos.
Apesar da realização altista na curva de juros, as companhias ligadas ao consumo foram as principais altas do Ibovespa. As ações ordinárias da CVC (CVCB3) avançaram 11,28%, as da Magazine Luiza (MGLU3), 8,43%, e as da Natura (NTCO3), 8,33%.
Do outro lado, entre as quedas, ficaram as companhias do setor de siderurgia e mineração, que impediram o índice brasileiro de avançar mais. Os papéis ordinários da CSN (CSNA3) e da Vale (VALE3) tiveram baixas de 1,79% e 3,22%, enquanto as preferenciais série B da Usiminas (USIM5) caíram 3,60%.
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