Usiminas (USIM5) eleva projeções de investimentos em reformas e ações caem na Bolsa

O Conselho de Administração da Usiminas (USIM5) aprovou a realização de reparos emergenciais e definitivos da Coqueria 2 da Usina de Ipatinga, no valor de R$ 1,105 bilhão, informou a siderúrgica nesta manhã de sexta-feira (26).

A cifra será investida no período de 2022-2026, sendo a maior parte dos recursos desembolsado entre 2024 e 2026.

A Usiminas ainda voltou a elevar os valores previstos para a reforma do alto forno 3 de sua usina em Ipatinga (MG), que deve ocorrer em 2023, dessa vez em R$ 633 milhões, para R$ 2,72 bilhões, citando efeitos inflacionários nos custos.

O projeto inicial da reforma do alto forno 3, aprovado em 2019, falava em R$ 1,23 bilhão em investimentos, mas desde então a companhia adiou o início da manutenção e elevou os valores da obra por mais de uma vez. A última atualização, em maio de 2021, previa R$ 2,09 bilhões em investimentos.

A Usiminas mantém a expectativa de investimentos para o ano de 2022 em R$ 2,05 bilhões, conforme divulgado no fato relevante de 11 de fevereiro de 2022, apesar de ter anunciado o reajuste na reforma de alto forno e a manutenção em coqueria.

Adicionalmente, a siderúrgica informa que a estimativa de investimentos para o próximo ano é da ordem de R$ 2,4 bilhões.

A repercussão dos anúncios foi negativa no mercado e intensificada pelo dia de queda quase generalizada dos ativos de renda variável, com o Ibovespa fechando em queda de 1,09%. As ações USIM5 caíram 6,67%, a R$ 8,67,  enquanto Gerdau (GGBR4) caiu 2,47%, a R$ 24,06, e CSN (CSNA3) teve queda de 5,95%, a R$ 15,01.

Na avaliação do Bradesco BBI, trata-se de um desdobramento negativo para a Usiminas, uma vez que ventos contrários operacionais em suas coquerias em Ipatinga implicarão em um capex adicional significativo, enquanto a inflação também impactou o investimento necessário para a reforma do alto forno 3.

“Embora a empresa tenha indicado que seria necessário um capex adicional para as coquerias, a magnitude do investimento de R$ 1,1 bilhão nos surpreendeu negativamente”, avalia. O banco observa que a Usiminas está desalavancada (posição de dívida líquida de R$ 455 milhões no 2T) e o capex adicional não deve impactar materialmente o sólido balanço da empresa (empresa ainda caixa líquido em 2023/24).

“Ainda assim, esperamos uma reação negativa do mercado ao anúncio, à medida que os investidores se tornam mais cautelosos com as crescentes necessidades de investimento da empresa nos próximos anos. Neste momento, preferimos a exposição ao setor siderúrgico por meio da Gerdau”, avaliam.

O Morgan Stanley aponta que o orçamento de investimentos da empresa superou as expectativas e está de acordo com a visão de que ela precisa recuperar o atraso após uma década de investimentos insuficientes.

Enquanto o guidance de capex da Usiminas para 2022 de R$ 2,05 bilhões está um pouco acima do consenso de R$ 1,94 bilhão e do modelo do Morgan de R$ 1,99 bilhão, o orçamento para 2023 de R$ 2,4 bilhões está bem acima das expectativas do mercado de R$ 1,9 bilhão e da estimativa do banco de R$ 1,7 bilhão.

“Com base na estimativa de capex dos projetos para 2024-2026, achamos que há um risco de alta de até R$ 443 milhões no ano para nossas projeções de capex de 2024-26 de R$ 890 milhões por ano”, avaliam.

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